
O sistema tributário brasileiro é frequentemente alvo de críticas pela sua complexidade e pelo alto peso dos impostos no orçamento da população. A frase da imagem –
“No Brasil, cada pessoa que trabalha tem que sustentar outras 14 que vivem às custas dos seus impostos” — resume uma percepção recorrente: a de que poucos trabalhadores formais arcam com uma enorme quantidade de encargos para manter o funcionamento do Estado e os benefícios sociais.
De fato, a carga tributária brasileira está entre as mais elevadas do mundo em proporção ao PIB, girando em torno de 33% a 35%. O problema, porém, não é apenas o volume arrecadado, mas a forma como esse dinheiro é utilizado. Ao contrário de países desenvolvidos, que devolvem os impostos em serviços públicos de qualidade, o Brasil enfrenta desafios crônicos em áreas como saúde, educação, transporte e segurança.
A relação de um trabalhador sustentando 14 pessoas — é uma representação de como a arrecadação se distribui entre os que contribuem diretamente e os que dependem de programas sociais, aposentadorias, benefícios e do funcionalismo público. Essa disparidade se acentua em função da elevada informalidade no mercado de trabalho, que reduz a base de contribuintes e aumenta a pressão sobre quem paga regularmente seus impostos.
Outro ponto de destaque é a regressividade do sistema. No Brasil, o peso maior recai sobre o consumo, ou seja, todos pagam impostos embutidos em produtos e serviços, independentemente da renda. Isso penaliza de forma mais dura os mais pobres, que comprometem parcela maior de seus ganhos com tributos indiretos. Enquanto isso, tributações sobre grandes fortunas, lucros e dividendos permanecem limitadas ou inexistentes.
Os críticos do sistema argumentam que o trabalhador brasileiro não apenas paga muito, mas paga mal. Isso significa que a carga elevada não se traduz em retorno proporcional. A sensação de injustiça tributária, somada a episódios de corrupção e má gestão dos recursos, reforça a ideia de que o contribuinte carrega um fardo desproporcional para sustentar uma máquina pública ineficiente.